sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Hipocrisia


Uma das lembranças mais fortes que tenho da campanha de 2002 era de uma atriz da Globo dizendo, no programa do PSDB, que tinha medo de Lula e do PT. Falava de inflação,de falta de liberdade e outras coisas mais. Naquela época também, falavam que existia risco de golpe, de fechamento de igrejas, mas nada disso se concretizou. Essa campanha terminou com a emblemática frase de Lula: "A esperança venceu o medo"

Essa esperança se confirmou?Em alguns aspectos sim e em outros não, por várias vezes o PT tropeçou no sistema, e esse sim é dificil de combater, seja o governo que for.

Assim como, em 2002, foi feito pelo PSDB, imprensa e cia, uma campanha baseada no medo e em calúnias tenho visto hoje algo semelhante ao que foi feito contra Lula, na verdade bem pior, pois Dilma não conta com o mesmo carisma .

Não faço aqui uma defesa da Dilma, mas tenho visto um movimento espalhado em alguns grupos baseado na mentira, na calúnia e no preconceito. Tudo isso me deixa profundamente indignado.

Tenho recebido emails falando que Dilma, foi guerrilheira, assaltante e assassina.Primeiro, até onde eu sei, não existe nenhuma comprovação de que Dilma tenha matado alguém. Em segundo lugar precisamos fazer um exercício e voltar aos tenebrosos anos 60 e 70 no Brasil.O país vivia uma ditadura, sanguinária e intransigente e muitos jovens politizados e corajosos resolveram se opor àquele governo, vários optaram por pegar em armas. É uma opção legítima? Naquele tempo era uma via perfeitamente aceitável, especialmente considerando-se que o Brasil vivia em regime de exceção e o clima era de guerra. Não acho que ninguém possa ser condenado por ter aderido a esses movimentos de esquerda, obviamente àqueles que mantiveram a sua coerência e escrúpulos.

Falam também que Dilma é a favor do aborto. A esposa de José Serra disse que Dilma é a favor de matar as criancinhas. Ouvi Dilma dizendo que é a favor da descriminalização do aborto, agora ela diz que é contra. O PSDB tem nadado de braçada nesse tema, mas com muita hipocrisia, pois será que José Serra é de fato contra? Não acho que seja, pois ele mesmo já havia incluido o aborto no SUS em 1998. Sou contra o aborto, mas também sou contra a hipocrisia.

Em 2009 participei de um debate universitário, em um ambiente claramente elitista e em sua maioria de eleitores do PSDB, a ampla maioria era a favor do aborto, com as justificativas mais esdrúxulas. Hoje, os mesmos usam o aborto para pisotear em Dilma.

Estão falando também que o PT vai censurar a imprensa e implantar uma ditadura. Alguém sabe me apontar alguma medida concreta do governo nesse sentido?? A única coisa que eu ví é o Presidente Lula criticando a imprensa, e com razão. A mídia perdeu o critério para criticar e é claramente parcial.Em São Paulo um jornal tomou uma medida até louvável e parou de dizer que é imparcial declarando apoio a José Serra, mas a essa altura nem precisava mais, pois nada poderia ser mais explícito.

Ou seja tenho visto grandes absurdos nessas eleições, e um preconceito nojento contra Dilma. Eu pessoalmente não votei nela no 1º turno, mas no 2º turno tenho que ser pragmático. Pergunto: O que é melhor,continuar o governo da maior distribuição de renda da história ou dar um voto de confiança a quem já provou que não merece e agora tem feito uma campanha tão baixa??A primeira opção me parece claramente mais razoável..





domingo, 26 de setembro de 2010

Protestante



Muitos na igreja brasileira tem se mobilizado em um movimento contra a iniquidade na política brasileira, o que acho maravilhoso. O grande problema de tudo isso, é que grande parte dessas pessoas tem se equivocado ao colocar essa tal iniquidade na conta de apenas um partido político. Em toda essa história, um movimento essencial acaba se contaminando e, com isso, se apequenando para uma campanha classista e abjecta de cunho partidário.

Hoje recebi um panfleto com depoimentos de líderes evangélicos em favor de um candidato que concorre ao governo de Minas Gerais, nenhuma objeção. Entre as declarações vários elogios ao candidato recomendando-o como um excelente homem público. O problema começou quando algum desses líderes religiosos começaram a dizer que, esse tal candidato, é defensor dos valores cristãos, da família e do Reino de Deus. Que eu saiba, em que pese ser um homem de bem(não tenho argumentos contrários), o candidato não se enquadra na descrição acima.

Mas isso não é o mais importante, o que mais me indigna é ver a igreja lambendo as botas do poder, isso realmente me enoja.

Já passou da hora da dita igreja protestante voltar a ser, de fato, PROTESTANTE. Protestar contra os valores podres deste mundo sem se importar se irá ferir susceptibilidades de quem quer que seja. Realmente eu não vejo isso, eu vejo são movimentos religiosos prestando apoios a quem puder lhe oferecer beneces.

Por exemplo, vejo várias pessoas dizendo :"não vou votar neste partido porque ele patrocina a iniquidade". Ok, mas me diga então qual está limpo nessa história? Essas mesmas pessoas não pesquisam para saber se o canditado que elas estão votando é contrário a essas tais iniquidades. Aqui em Minas tenho visto um canditado ao senado levantar a bandeira contra o aborto ( o único que teve peito de se posicionar) vou votar nele, mas será que algum evangélico sabe de quem estou falando??

Nunca fui parte da igreja católica, mas posso dizer que sou um admirador do Papa Bento XVI. Tenho visto ele fazer a defesa da vida, do casamento e da família e, por isso, vem recebendo críticas pesadíssimas como "retrógado", "reacionário" e outros ataques . Esse de fato tem usado a sua ascendência e poder de mídia em favor de valores cristãos, ao passo que, por aqui, temos visto várias pessoas se omitido de fazer tais defesas, talvez por medo de sofrerem críticas como as feitas ao papa, e quando as fazem as usam de instrumento partidário.

Não estou fazendo defesa de nenhum partido, mas gostaria mesmo de ver uma igreja PROTESTANTE contra os valores malignos que tem imperado em nosso mundo e em nosso país. Infelizmente até agora não ví. Só peço aos que querem lutar contra a iniquidade que o façam de verdade, sabendo em quem estão votando e não a pintando com as cores de um partido político.

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Demasiado humano




“A religião convenceu as pessoas de que há um homem invisível no céu, que vigia tudo o que você faz, todos os minutos de todos os dias. E o homem invisível tem uma lista especial de dez coisas que ele não quer que você faça, e se você fizer qualquer dessas coisas, ele tem um lugar especial, cheio de fogo, fumaça, queimaduras, torturas e angústia para o qual vai mandá-lo para viver, sofrer, arder, sufocar, gritar, chorar por toda a eternidade, até o fim dos tempos. Mas Ele o ama. Ele o ama e precisa de dinheiro!”

Ouvi esse discurso no documentário “Zeitgeist” (termo alemão que significa “o espírito do tempo”) e já adianto que não concordo com ele.

A crítica não é nova e tenta através de uma descrição rasa e imprecisa da figura de Deus demonstrar a irracionalidade de crer em um ser assim.
Existe uma idéia, que encontra ressonância até mesmo no imaginário de muitos cristãos, de que Deus é uma figura distante que caprichosamente estabeleceu algumas leis, as quais não podemos de forma alguma descumprir sob pena de uma terrível condenação. Nada mais equivocado.

Os dez mandamentos (Êxodo 20. 1 a 17), referidos na frase supracitada, não são determinações advindas de um ser egocêntrico e sádico a espera de um deslize humano.Pelo contrário, são ordenanças que visam proteger as pessoas de condutas destrutivas umas para com as outras. Não matarás, não adulterarás, não furtarás, não dirás falso testemunho contra o teu próximo, são apenas alguns dos exemplos.

Em seguida o amor de Deus é questionado, o orador ironiza o fato de um ser que diz amar a todos ter uma série de castigos preparados a aqueles que afrontam as suas determinações. Tudo isso carrega a idéia de um Deus distante, ilógico e criado como um instrumento de dominação da religião. Contudo, tal comentário só pode advir de alguém que jamais pretendeu fazer uma crítica justa e embasada por fatos concretos.

O homem sempre carregou consigo a idéia de que poderia por si só transformar a sua essência, transformar o mundo e tudo que nele há. Ao longo dos séculos criaram-se utopias de paraísos perdidos, movimentos políticos, filosofias e saberes religiosos e seculares, tudo isso buscando vencer as velhas mazelas que sempre acompanharam a espécie humana.

Gerações inteiras se perderam achando que estavam na luta por um mundo melhor.Derrubaram-se regimes políticos e levantaram-se outros que pouco ou nada avançaram (quando não retrocederam). Dividiu-se o mundo em dois blocos políticos e esperava-se que quando um deles finalmente triunfa-se o mundo seria melhor e quando isso aconteceu ficou claro que nada mudaria. Religiões levantam-se, messias políticos e religiosos apontam caminhos que não chegam a lugar nenhum. Movimentos se iniciam cheios de esperança na busca de varrer todos os preconceitos e intolerâncias para longe e passam, como vento, expondo contradições, desilusões, overdoses e mais uma vez nada muda.

Nenhuma crença explicou e compreendeu tão profundamente a essência do homem como o Cristianismo o fez. Nenhuma outra fé foi capaz de expor tão visceralmente as imperfeições humanas. O Cristianismo genuíno não vem como uma espada a cortar cabeças imperfeitas, pelo contrário, parece vir como a voz suave que diz: “eu te entendo”.

A idéia de um Deus que se fez homem, identificando-se com todas as fraquezas do homem, tentações, necessidades físicas, sofrendo perseguição, deboche e violência, mostra que o “homem invisível” morando em uma nuvem distante não se parece com a divindade pregada no Cristianismo.

A mensagem, portanto, não é “ande na linha ou vou te castigar eternamente” e sim “eu entendo as suas imperfeições, mas você pode supri-las com o seu criador”. Deus, de fato, ama aos homens e não está em uma nuvem a julgar, Ele está ao lado de cada um, mas só se relacionará de modo significativo com Ele quem assim o permitir. Relacionamentos verdadeiros, só existem quando há liberdade para se optar por se estar nele e Deus compreende isso, de modo que não vai ultrapassar essa linha.

O Cristianismo é humano, demasiado humano (parafraseando o filósofo) e por isso mesmo tem como protagonista o criador da humanidade, que a ama, respeita e não acusa, mas redime, liberta e nos possibilita vivermos como homens de verdade, que não são menos homens por serem necessitados de alguém que os complete e salve do mal e suas conseqüências.

Quanto ao Dinheiro, não vou perder tempo com isso. No entanto, afirmo que Deus não precisa de dinheiro, mas o homem precisa.Portanto, tome cuidado com quem lhe pede e mais ainda com os seus motivos para dar ou não dar.

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Ciência e Superstição


No passado, quando o homem ainda não tinha uma ciência tão avançada e com tantos recursos tecnológicos, os fenômenos naturais tinham explicações diferentes.
Como um homem na idade antiga poderia explicar um relâmpago, um arco-íris, ou mesmo as estações, os períodos de chuva e de seca? Limitado pela sua ignorância científica o homem atribuía tudo às divindades e às suas alterações de humor, caprichos ou meros desígnios desconhecidos.

O homem era parte de daquele todo, chamado Terra e, porque não dizer Universo, e pedia licença às forças que o excediam para poder viver e desfrutar dos seus recursos. O inexplicável era uma barreira mais bem aceita que só podia ser respondida com base no sobrenatural. Com certeza a partir daí surgiram muitas lendas e superstições que pudessem trazer explicações.

Não estou negando os grandes conhecimentos armazenados por muitas civilizações antigas, como, por exemplo, os povos da América pré-colombiana ou do antigo Egito, mas o certo era que esse conhecimento ainda era limitado devido a recursos ainda indisponíveis em seu tempo.

Com a Revolução tecnológica o homem moderno tomou um caminho inverso. Passou a explicar tudo da perspectiva científica e o sobrenatural, o inexplicável não mais existe. A palavra de ordem é “tudo tem uma explicação”. A civilização tecnológico-científica excluiu Deus da equação que explica os fenômenos, a origem da vida e de qualquer fato natural.

Aquelas coisas que ainda permanecem obscuras são explicadas por teorias que, na verdade, nada explicam e que apesar dos anos que se passam jamais se consolidam como leis.Estão condenadas a subsistirem eternamente como teorias.

O saber humano é grandioso e ainda não atingiu o seu ápice, mas o que precisa ser entendido é que nem todas as coisas estão na esfera do entendimento das pessoas. Além do mais, em que pese o fato de muitos acontecimentos naturais estarem perfeitamente explicados, isso não exclui, de forma alguma, a possibilidade de uma inteligência superior estar por trás de tudo isso e mais, que essas leis da física tenham sido instituídas por Ele mesmo, para cumprimento dos seus desígnios e para a revelação da perfeição das coisas criadas.

Corro o risco de parecer supersticioso, mas afirmo categoricamente que a ciência por muitas vezes também o é, e recorrentemente tão dogmática como uma igreja. Quando se trata de explicar algo que lhe foge ao controle a ciência acaba por se tornar àquilo que mais combate. Talvez esteja faltando um elemento na equação que explica a origem de tudo.

Escrevi um pequeno e simples poema, acho qua daria uma música bobinha para crianças(rs)


Um imenso clarão no céu, um estrondoso barulho
A ira de Deus se acendeu!
Não, é apenas um raio e um trovão
Para tudo há uma explicação

Pontos de luz no céu, vejam quantas figuras
Deus está desenhando!
Não, são apenas estrelas, os desenhos são imaginação
Para tudo há uma explicação

Um arco colorido no céu atrás da montanha
Deus nos mandou um sinal, deve guardar tesouros
Não, será que terei que explicar sobre dispersão e refração?
Para tudo há uma explicação
Mas a perfeição de toda essa criação será que tem explicação?

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Reflexões acerca do cristianismo primitivo


Estudando um pouco sobre o Cristianismo primitivo me deparei com um relato de Luciano de Samósata (125 a 181 d.c), nascido em 125 d.c na província romana da Síria, acerca dos cristãos.A afirmativa é particularmente interessante pelo fato de Luciano ser um pagão que, ao que tudo indica, não era muito simpático aos cristãos.
O texto abaixo foi retirado de uma das obras mais famosas de Luciano de Samósata, “A morte do peregrino” ou “A passagem do Peregrino”:

“Antes de tudo, esses infelizes [cristãos] estão convencidos de que são imortais e de que viverão para sempre. Por isso, desprezam a morte e muitos a enfrentam voluntariamente. Seu primeiro legislador os convenceu de que eram todos irmãos. A partir do momento em que renunciaram os deuses da Grécia, passaram a adorar seu sofista crucificado e amoldaram suas vidas aos seus preceitos. Eles também desprezam todos os bens, mantendo-os para uso comum [...]. Se entre eles aparecer um hábil impostor, que saiba se beneficiar da situação, este se enriquecerá rapidamente pois poderá manipular como quiser essas pessoas que nada percebem.”

Parece que mudamos um pouco ao longo dos séculos.Muitos de nós se deixaram contaminar pelo consumismo, pelo apego exagerado aos bens matérias e aos valores deste mundo.
Inspiremo-nos no exemplo de nossos predecessores e vivamos como irmãos, considerando as pessoas mais importantes que os bens.
Não vamos sucumbir ao materialismo que é o câncer do nosso tempo e nos dobrarmos perante ao Capitalismo que cria necessidades mentirosas.Tudo isso faz com que consideremos os nossos ganhos, lucros e investimentos mais importantes que o amor e a solidariedade.
Acabamos nos esquecendo dos nossos reais valores e da nossa essência. Vale lembrar as palavras de Jesus:

“Não ajunteis tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem destroem, e onde os ladrões arrombam e furtam; mas ajuntai tesouros no céu, onde nem a traça nem a ferrugem destroem, e onde os ladrões não arrombam e nem furtam. Porque onde estiver o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração”.Mateus 6:19-21

Não se trata de apologia ao comodismo e a mera expectativa de uma era vindoura e sem atitude no presente. Aquele que tem ouvidos ouça.

Lembrei-me de uma frase de João Crisóstomo, eminente teólogo do século III, sobre o comportamento de alguns cristãos:

“Admiramos a riqueza tanto quanto eles ( não cristãos) e até mais.Temos o mesmo medo da morte, o mesmo pavor da miséria, a mesma impaciência com a doença. Somos igualmente aficionados por glória e poder [...] Então como eles poderão crer ?”

Para reflexão.

Paz!

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Eternidade


Este texto começou a ser escrito durante um período de muitos questionamentos e pensamentos aflitivos. A busca por significado era intensa. Hoje vivo um período de maior serenidade e pude escrever um novo parágrafo final para este texto.Espero que gostem.

O que torna a existência do homem relevante?Uma pergunta tão difícil de responder, já me levou a muitos conflitos sobre o que realmente vale a pena. A vida passa tão rápido, por um momento somos jovens cheios de planos e após um piscar de olhos somos velhos que já sentem o cheiro da morte se aproximando,esquecidos,enfraquecidos e apenas com memórias se apagando com uma rapidez cada dia maior de suas mentes.
Por que lutamos, nos esforçamos, sacrificamos, preocupamos se tudo esta condenado ao esquecimento?Hoje ficamos ansiosos pelo futuro, a procura de uma companheira para toda a vida, a procura de um bom emprego e quando alcançamos tudo isso percebemos que tudo esta condenado a desaparecer com o tempo, sequer lembro qual foi o melhor dia da minha vida.
Salomão fala que ninguém se lembra dos que viveram na antiguidade e aqueles que ainda virão também serão esquecidos pelos que vierem depois deles, todos querem ter realizações para serem lembrados, mas isso é uma ilusão. Que maldição para o homem viver esforçando-se para realizar coisas que estão condenadas ao pó. Tentei simplesmente evitar tais pensamentos e assim me sentir melhor, mas temi que os anos passassem e eu não tivesse feito nada de relevante. Afligia-me pensando nestas coisas, e cheguei a comparar a vida a um sanduíche ambos prazeres efêmeros,a vida deve ser recheada de alegrias,emoções,realizações e quem sabe em seu fim encontraremos algum sabor.
Não posso entender os inescrupulosos que mesmo após se desfazerem das ilusões da juventude, da sensação de eternidade continuam a cometer crimes, desrespeitos, buscar guerras, violência, roubos e outras agressões ao próximo.O que querem obter?Não há onde esconder essas riquezas, não há pra onde as levar, todos nós estamos caminhando pra um lugar onde nada disso entrará.
Como é feliz o que tem uma fé, que espera algo além desta jornada terrena, que sabe que há algo maior a se construir do que as simples realizações desta vida. Como é feliz o que crê na eternidade, pois sabe que poderá construir coisas que não se acabarão e assim descobrem o verdadeiro significado da esperança.Esperança,a maior motivação do homem,que o anima a prosseguir e a se alegrar com o futuro ainda que o presente seja terrível.Fé, a certeza das coisas que não se vê, a razão de nossa busca. Mediante ela podemos preencher o vazio de nossos corações e saber que não é inútil esta vida, há muitas coisas relevantes a se fazer para si e para o outro.
A eternidade não é uma linha de chegada, de fato, ela já começou para aqueles que nela crêem. Entender isso nos livra da mera contemplação e nos devolve à beleza de vivermos este tempo que nos foi concedido na terra. Não precisamos sofrer com a brevidade das coisas, pois tudo o que fazemos de bom ecoará para sempre e nosso trabalho, nossa família, nossas conquistas estarão sempre contribuindo para que Deus complete a boa obra que começou em nós.
Elevemos então o nosso pensamento àquele que nos criou e colocou em nosso coração o anseio pela eternidade em sua presença, e façamos o bem a toda criatura com fé em Deus e alegria no coração.

"Tudo o que não é eterno, é eternamente inútil." C.S Lewis